Page 28 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
Preconceitos absurdos condicionam a mulher na velhice:
sendo mais velha não pode se relacionar com um homem jovem,
enquanto o homem de setenta anos chega até mesmo a se casar
com moça de vinte anos. Muitos acham ridículo velhos apai-
xonados. Triste são aqueles que não sabem amar, levam o resto
da vida desprovidos deste sentimento grandioso que nos con-
duz amar a vida de forma plena e diferente. Nada existe de feio
ver uma pessoa mais velha enamorada, mesmo quando o amor
é platônico. É na velhice que podemos descobrir a beleza que
marca a personalidade de cada um. A delicadeza no gesto de ter-
nura, afeição, admiração e de carinho não tem idade para sentir
e para ser feliz não tem um tempo determinado. O amor entre
pessoas mais velhas pode ser belo e sincero quanto o amor entre
jovens, pois nele está inserido a pureza, a experiência, esta que só
se aprende vivendo. É este amor, que não se perde em buscas e
pode ser mantido com a mesma volúpia e a mesma sensualidade
da juventude, porque o espírito é intocável pelo tempo.
Um exemplo de velhice bonita, elegante, e produtiva é a
nossa homenageada a amiga e mestra Yvonne Silveira.
Membro da Academia Montesclarense de Letras e de outras academias afins. Sócia colabora-
dora da Comissão Mineira de Folclore.
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