Page 30 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
magistério. Quase uma vida a serviço da educação norte-minei-
ra. Dona Yvonne, como a chamamos, nasceu para ser professora
e se realizou como tal.
Eu a conheci em 1973, na Escola Normal Professor Plínio
Ribeiro, que se localiza no Bairro Funcionários, que na época
parecia-nos ficar longe do centro da cidade. Dona Yvonne che-
gava à escola no seu famoso fusquinha verde, o que era uma
grande novidade, uma mulher dirigindo o seu próprio carro. Era
professora de literatura brasileira, mas nunca se prendeu a isso,
suas aulas eram verdadeiras palestras sobre a literatura universal,
especialmente a portuguesa, o que muito me valeu para me sair
muito bem no futuro vestibular. Nós as normalistas, ficávamos
encantadas com tanto conhecimento acumulado em uma só pes-
soa e, como acontece com os bons professores, ela não nos força-
va a ler os clássicos, mas nos estimulava e indicava bons autores.
Da minha parte foi tudo natural, fui boa aluna porque tive a
sorte de ter uma leitora contumaz como minha mãe e como filha
mais velha, desde cedo convivi com bons livros, Dona Yvonne,
na verdade, só consolidou esse meu gosto pela literatura.
Segundo Irlen Antônio Gonçalves (2008, p. 193/194):
O intento de compreensão das práticas profissionais
desses atores escolares implicou trazer como problematiza-
ção central e geral as questões relacionadas à constituição
da cultura que emergiu na escola em Minas. Pois foi nessa
realidade que essas práticas foram inventadas ou reinven-
tadas, gerando não somente as ações passivas de produção
das imposições formais dos regulamentos e programas pres-
critos, mas, sobretudo, desenvolvendo relações mais exten-
sas, com tramas de sociabilidades entre os professores e seus
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