Page 62 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
permaneci! De alhures ficam a acenar-me, chamando-me para
fazer-lhes companhia. Não fui. Questão de opção. Na inumerá-
vel lista dos motivos que me fixam aqui e me fazem encantada
no seio desta metrópole, estão alguns montes-clarenses especiais.
Dentre eles destaco a presença e a exuberância de uma pessoa
encantadora aqui residente: Dona Yvonne de Oliveira Silveira.
Sim, refiro-me à meiga mestra, à Presidente da Academia
Montesclarense de Letras, à oradora que, no auge dos seus 99
anos de idade, se impõe solenemente no centro de uma mesa
oficial de importantes eventos culturais ladeada por autoridades
municipais, estaduais e nacionais e, de maneira eloquente e fir-
me, derrama no ar palavras eruditas e belas.
Observo, nos seus discursos de improviso e nas suas pre-
leções, erudição, profundidade e coerência. Com propriedade,
tem citado filósofos contemporâneos.
Esta mulher, Yvonne de Oliveira Silveira, guerreira da li-
teratura e da cultura da região, cuja presença por si só enobrece
qualquer evento, é senhora de uma simpatia e uma generosidade
sem par. Percebe-se no seu rosto, não obstante o longo percurso
vivido, a vitória da beleza e da saúde sobre o tempo inexorável.
Elegante no vestir, no pentear e no se apresentar, esta lady, ilu-
mina a sociedade que frequenta.
Lembro-me com alegria e gratidão desta presença quan-
do presidi a Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros.
O nome de Dona Yvonne sempre encabeçava a lista dos convi-
dados para os eventos promovidos, aos quais ela pontualmente
comparecia. Só se dava início ao cerimonial após a sua chegada,
pois, com a sua presença o evento ganhava importância e elevava
o seu nível.
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