Page 59 - DEUSA DAS LETRAS
P. 59
A Deusa das Letras
Como membro da Diretoria, estreitei os meus laços de
amizade e admiração com Dona Yvonne, espelhando-me nela
como minha madrinha e referência nas artes das letras. Daí para
frente foram muitas as nossas reuniões, quase sempre em sua
casa, onde eu podia me deliciar com um cafezinho fresco acom-
panhado de biscoitos e a presença constante de seu Olyntho ao
nosso lado.
Em crônica publicada em 2002, registrei: “Enquanto
aguardo, me vejo envolvida num bate papo tão agradável com o
senhor Olyntho, que nem vejo a hora passar. Falamos do tem-
po que está quente, da instabilidade das chuvas, das coisas que
mudaram, como se fôssemos velhos amigos e confidentes... a
prosa estava tão boa que até me esqueci que estava em pleno
expediente de trabalho e que havia gente me esperando no escri-
tório. E assim ficamos conversando, até que dona Yvonne veio
juntar-se a nós e a conversa continuou cada vez melhor. Saí dali
com a impressão de que, por alguns instantes eu deixara de lado
de fora a correria, o calor, o medo da violência, os perigos da
rua, os problemas da vida. E respirei, ao lado daquele casal tão
agradável, um clima de paz, de tranquilidade, de sabedoria, de
carinhosa acolhida tão difícil de encontrar hoje em nossos dias.”
(20/03/2002)
Nossa amizade foi se fortalecendo cada vez mais. Eu a aju-
dava nos trabalhos da Academia e ela revisava alguns de meus
livros e textos. Perto dela sempre me vi como na narrativa bí-
blica: O gigante (ela) e Golias (eu), tão pequena diante da sua
grandeza.
Tempos depois, sendo homenageada pelas “Amigas da
Cultura”, coube a Dona Yvonne falar sobre mim, grande honra
59