Page 81 - DEUSA DAS LETRAS
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A Deusa das Letras
A minha irmã sentia uma grande admiração por Dona
Yvonne que, além de excelente professora de português, era tam-
bém uma excelente poetisa. Um dia chega da escola, recitando,
com muita eloquência e entusiasmo, um comovente poema dela.
Fiquei muito impressionada, adorei aquela “Linda Mentira”! E
assim, pelas referências da minha irmã e pelos seus poemas, eu
fui conhecendo essa pessoa maravilhosa e logo me identifiquei
com ela, pois eu também gostava de escrever. Imitando os poetas
dos livros didáticos, eu ia fazendo os meus poeminhas infanto-
juvenis e, aos quatorze anos, respondendo àquele poema tão de-
clamado pela minha irmã, escrevi um poema dedicado à prima
Yvonne, “Árvores da Vida”.
O tempo foi passando e eu comecei o curso superior na
FAFIL - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, onde tive o
prazer de ter, como professora de Literatura Portuguesa, a queri-
da prima Yvonne. Assim passei a conhecê-la também como edu-
cadora, uma grande Mestra, sempre amiga e pronta a orientar
voos intelectuais, pois prestigiava os seus discípulos, incentivan-
do-os na busca do conhecimento. Ela ensinava com o mesmo
amor que percebíamos que ela tinha pela cultura. Ampliando a
nossa convivência, eu, ainda estudante, trabalhei em uma escola,
onde ela era sócia e professora e, dessa forma, os nossos cami-
nhos estavam sempre se cruzando.
Um dia mostrei a ela um meu poema e ela me pediu uma
cópia e, para minha surpresa e alegria, alguns dias depois vi esse
meu poema publicado na “Página Literária” do Diário de Mon-
tes Claros, coordenada pelo Dr. João Valle Maurício, abrindo
caminho para outras publicações, também no Jornal de Montes
Claros, com a valiosa atenção e apoio de Dona Yvonne e do seu
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