Page 46 - DEUSA DAS LETRAS
P. 46
Dário Teixeira Cotrim (Org.)
olhar é de quem ama mais do que tudo a existência. Em Yvon-
ne Silveira, nada mais condizente que as palavras de Emmanuel
construídas no sonho e concretizadas no amor: “Duas asas con-
duzirão o espírito humano à presença de Deus: uma chama-se
AMOR, a outra, SABEDORIA. Pelo amor, que, acima de tudo,
é serviço aos semelhantes, a criatura se ilumina e aformoseia por
dentro, emitindo, em favor dos outros, o reflexo de suas próprias
virtudes; e, pela sabedoria, que começa na aquisição do conhe-
cimento, recolhe a influência dos vanguardeiros do progresso,
que lhe comunicam os reflexos da própria grandeza, impelindo
-a para o Alto”.
O Curso de Letras, o primeiro em nível superior em Mon-
tes Claros, teve início no Colégio Imaculada Conceição, em
1963, teve matrícula de 52 e formatura de somente sete: Yvon-
ne, Saturnino, Hugo, Adilson, Lola, Irmã Guiomar e Wander-
lino. Quando o terminamos em 1967, para sermos professores
universitários em nossa própria escola, Yvonne e eu tivemos de
seguir para a pós-graduação na Universidade Católica de Mi-
nas Gerais, ela na especialização em Teoria da Literatura, eu em
Linguística Geral, isso além de termos de prestar exames de su-
ficiência, ela na Universidade Federal em Belo Horizonte, eu na
Federal de Juiz de Fora, porque o registro da Fafil iria demandar
ainda algum tempo. Já com muita prática no ensino de Por-
tuguês e de Literatura, fomos na área os primeiros a preparar
futuros alunos e candidatos ao vestibular. Daí, da cátedra e da
titularidade de professores, vivemos entre importantes gerações
de estudantes que, hoje, marcam o jornalismo, a vida social, a
batalha política e cultural em várias partes deste Brasil. Fico en-
cantado quando um aluno de Yvonne marca lembranças de suas
aulas, principalmente por recordar cada minuto do entusiasmo
46