Page 56 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
Yvonne, na primeira crônica, descreve a viagem de sua fa-
mília, pela estrada poeirenta e estreita, de mudança de Montes
Claros para o Brejo das Almas em 1929, a vila que “tinha muitos
defuntos”.
O livro nos leva a um refluxo para o passado. É salutar ler
e, lendo, relembrar tempos idos e vividos. Tempos de um passa-
do não muito remoto, mas que já tem um nome: saudade!
A vida das moças e dos rapazes em Brejo das Almas da-
queles tempos não era diferente da vida em São Francisco. As
duas cidades não possuíam luz elétrica, nem cinema, mas havia
bailes, de quando em quando, e as moças cantavam modinhas.
Naqueles tempos, os beijos dados ou vendidos não faziam nascer
meninos.
Recorda Yvonne Silveira os tempos da emancipação do
município com a mudança do nome para Francisco Sá. Difícil
de ser absorvido pela população e, por muito tempo, dizia-se:
“Moro no Brejo”, “Vim do Brejo”, “Vou para o Brejo”. Até hoje
alguns francisco-saenses ainda falam, com orgulho: “Sou do Bre-
jo”.
Mas, Yvonne Silveira é de Montes Claros.
(*) Advogado e escritor. Membro da Academia Montesclarense de Letras, da Academia de
Letras, Ciências e Artes do São Francisco e da Academia de Letras, Ciências e Artes de Várzea
da Palma. Sócio da Associação Nacional de Escritores, do Instituto Histórico e Geográfico de
Minas Gerais e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.
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