Page 54 - DEUSA DAS LETRAS
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Dário Teixeira Cotrim (Org.)
Vinícius de Moraes? Ele apela para o sentimento, sem se inco-
modar com a razão, como fundamento da própria existência.
A poesia de Yvonne Silveira é sentimento e essência filo-
sófica. Daí por que Maria Luiza Silveira Teles nos faz cientes de
que “o abismo da alma humana, com seus desvãos, meandros,
desertos, grandezas e angústias se abre diante do leitor e, no de-
correr da leitura, vamos nos identificando com a autora, encon-
trando os sentimentos que vêm fazendo morada em todos nós,
nos caminhos da existência”.
Raquel Mendonça, nas primeiras páginas do livro “Cantar
de Amiga”, apresenta a autora ao leitor: “O seu caminho sempre
foi o das palavras, das lições, das letras a cultivar a língua portu-
guesa e a literatura com generosas doses de amor, talento e co-
nhecimento! A maior Dama, sem dúvidas, da Cultura da cidade
e região: Yvonne de Oliveira Silveira!”.
Há algum tempo, reorganizando os livros que me vieram
do meu pai - Brasiliano Braz - deparei-me com um, já sem capa,
mas com o conteúdo perfeito, de autoria do saudoso Olyntho da
Silveira e de Yvonne Silveira: “Brejo das Almas”, edição de 1962.
Preciosidade em meu poder, cuja existência em meus guardados
desconhecia. Mandei encadernar.
Conversando com Yvonne Silveira, informou-me ela que
meu pai tinha sido amigo de Olyntho e dela, e trocavam corres-
pondências, artigos e livros, mas ao tempo dessa amizade não
me relacionei com eles. Não os conhecia. Relacionei-me com
eles muito depois.
Talvez por conviver entre analfabetos presunçosos, entre
pessoas que só valorizavam os bens materiais, meu pai não dava
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